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Governo de São Paulo exige passaporte de vacina e redução de público em eventos

Eventos

São Paulo - Bloco Minhoqueens, no Largo do Arouche, região central (Rovena Rosa/Agência Brasil)

O governador de São Paulo, João Doria, informou hoje (12) que será exigida em todo o estado a apresentação do comprovante completo de vacinação contra a covid-19 para entrada em eventos públicos e privados que causem aglomeração, como shows e atividades esportivas.

A medida recomenda que eventos, shows e atividades esportivas devem seguir medidas rígidas de controle sanitário. Não haverá restrições de funcionamento para estabelecimentos dos setores de comércio e serviços.

Também para combater o avanço da variante Ômicron no estado, o governo estadual recomendou que a ocupação de tais eventos seja reduzida em 30%, o que deve ser estabelecido por cada uma das 645 prefeituras paulistas, podendo variar conforme a situação epidemiológica. “A redução recomendada é de 30%. Cabe agora às prefeituras deliberar sobre isso”, disse Doria. Há ainda a recomendação de que tais eventos passem a exigir testes do público. Mas, segundo o governador, não se trata de uma exigência, é apenas uma recomendação.

Ontem (11), em entrevista no interior do estado, o governo tinha informado que faria restrições a eventos. Hoje, no entanto, na entrevista que é dada todas as quartas-feiras no Palácio dos Bandeirantes, Doria não anunciou restrições, mas recomendações e disse que as deliberações cabem às prefeituras.

Além de mudanças nas regras dos eventos, o governo de São Paulo informou que prorrogará a obrigatoriedade do uso de máscaras em todo o estado até, pelo menos, o dia 31 de março.

As recomendações foram amparadas em orientação científica do Centro de Contingência do Coronavírus e são necessárias para contenção da evolução das taxas de contaminação do coronavírus, provocada especialmente pela variante ômicron que é considerada mais transmissível.

Aumento de casos

Hoje a taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) está em 39,01%, com 1.824 pessoas internadas em estado grave. Há 3.679 pessoas internadas em enfermarias de todo o estado. Na semana passada, a taxa de ocupação estava em 27,75%.

Segundo o coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabbardo, o estado de São Paulo registrou, nas últimas duas semanas, aumento de 58% no número de pessoas internadas em leitos de UTI. Nas enfermarias, o crescimento foi maior: 99%.

Gabbardo disse que, apesar da falta de dados nacionais, já que o sistema Sivep-Gripe continua apresentando problemas, é possível afirmar, com dados do restante do mundo, que a pandemia de Ômicron é a pandemia dos não vacinados. “E, quando se fala de não vacinados, estamos falando das pessoas com mais de 18 anos que não completaram o esquema vacinal e das crianças que ainda não foram vacinadas.”

“Esses dois segmentos é que são responsáveis pelo acréscimo no número de internações e de casos”, disse Gabbardo, que apresentou dados da cidade norte-americana de Nova York comprovando que a maior parte das pessoas internadas hoje não foi vacinada ou está com o esquema vacinal incompleto.

“Quando dizem que esta variante é inofensiva, que os casos são leves, temos que levar em consideração que isso é resultado da vacinação. O número de pessoas que ainda se infectam é muito elevado. E o de internações, embora não sejam tão graves, é muito elevado”, acrescentou Gabbardo.

Testes

Doria informou que adquiriu mais 2 milhões de testes rápidos de antígenos para covid-19 para ampliar a testagem e o monitoramento dos casos. Segundo o governador, os testes serão disponibilizados até fevereiro aos municípios paulistas. O custo dos testes foi estimado em R$ 12 milhões.

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