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Mercado de capitais registra captação recorde em 2019, diz CVM

Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro 

O mercado de capitais brasileiro registrou captação em 2019 de R$ 450,7 bilhões junto ao público investidor, valor que é um recorde no setor. O valor representa alta de 62% em relação a 2018. A informação consta do primeiro Boletim de Mercado de 2020, divulgado hoje (30) pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Economia.

De acordo com o boletim, o mercado de dívida, ambiente onde se emitem e são negociados os instrumentos de dívida lançados por empresas, como debêntures, certificados de recebíveis imobiliários (CRI), certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) e notas promissórias, respondeu por 63% do total de captações no ano passado, ou cerca de R$ 286,6 bilhões. Destaque para as emissões de debêntures, que somaram R$ 185,8 bilhões.

O boletim informa também que em 2019 as emissões de ações voltaram a crescer, atingindo R$ 90,1 bilhões captados junto ao público investidor. O número de participantes regulados totalizou 54.458, aumento de 6,8% em relação ao final de 2018. O estoque total de valores mobiliários sob a regulação da CVM encerrou 2019 estimado em cerca de R$ 35 trilhões, mostrando expansão de 85% em relação ao final do ano anterior.

“O maior colaborador para o crescimento do número de regulados foi o registro de novos agentes autônomos de investimento, totalizando 10.798 agentes registrados, aumento de 38,8% em relação ao final de 2018”, disse o chefe da Assessoria de Análise Econômica e de Gestão de Riscos da CVM, Bruno Luna. Luna destacou ainda o número de plataformas de crowdfunding (financiamento coletivo) que, até o final de 2019, alcançou 26 plataformas registradas, contra 14 autorizadas em 2018.

Luna analisou que 2019 foi fortemente influenciado pela queda da taxa básica de juros Selic, que está em sua mínima histórica. Ele considera que a manutenção desse cenário pode atrair investidores, o que permitirá ao mercado privado competir em condições mais favoráveis e reduzindo o custo do financiamento corporativo. “O crescimento recorde observado nas captações via emissão de títulos de dívida e o aumento no número de investidores é um efeito direto disso”, disse.

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