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Segurança e funcionalidade: governo de SP restaura Ponte Pênsil de São Vicente

(Crédito: Semil)

Mais charmosa, moderna e segura. Primeira do tipo pênsil do Brasil, a ponte de São Vicente ganhou novo visual. Cartão-postal e um dos pontos turísticos da Baixada Santista, a construção de 109 anos foi inteiramente restaurada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). As intervenções receberam investimento de R$ 5,2 milhões do Governo de SP.

O processo de restauração foi detalhado e incluiu desde jateamento de água de alta potência até limpeza manual com escova de aço e tratamento estrutural para remoção do sal depositado ao longo de mais de um século pela proximidade do mar.

Também foram aplicadas pintura com epóxi (material mais resistente ao processo de abrasão) e camada de poliuretano (um tipo de selante térmico adesivo) nos cabos e pendurais (pontos de fixação dos cabos à plataforma da ponte), de forma que resistam mais à salinidade.

Durante os trabalhos, que duraram 11 meses, o tráfego no local ficou interditado entre 20h e 6h, sendo que na última semana as intervenções exigiram o fechamento completo. Um trabalho acompanhado de perto pelo engenheiro do DER Paulo Eduardo de Oliveira.

“Foi tudo muito minucioso, a começar pelo detalhamento do guarda-corpo, que protege pedestres e evita a colisão de veículos e bicicletas, no qual usamos pneus na parte inferior e instalamos um corrimão que vai melhorar a vida útil do equipamento”, descreve.

Outra intervenção bastante complexa foi a restauração dos cabos que sustentam a estrutura, que receberam a resina de proteção em uma operação digna de alpinistas. “Executamos de forma muito minuciosa dada a grande altura em que esses cabos se encontram”, acrescenta.

Deu muito trabalho, também, a restauração das vigas do piso. “A troca teve projeto próprio, adaptando os níveis das novas peças ao passeio, uma de cada vez, e definindo novos parafusos de modo a melhorar a fixação das tábuas”, completa o engenheiro do DER.

Todas as vigas do tabuleiro de madeira, antes em material sintético, foram substituídas por madeira de qualidade similar à maçaranduba, proveniente de áreas de manejo sustentável, com alta resistência às intempéries. A troca foi feita manualmente, uma a uma, e o piso recebeu material antiderrapante.

A Ponte Pênsil de São Vicente, entre os Morros dos Barbosas e Japuí, é responsável pela ligação da ilha ao continente e é um marco do desenvolvimento do litoral paulista. Mesmo sob vigilância constante de técnicos e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), a estrutura apresentava pontos importantes de corrosão, o que poderia comprometer a segurança.

(Crédito: Semil)

“A entrega da ponte pênsil restaurada, mantendo as características e a funcionalidade do projeto original, faz com que continue sendo um marco na nossa história e servindo, ainda, como ligação viária importante entre a ilha de São Vicente e o continente”, concluiu o engenheiro.

Patrimônio histórico – Inaugurada em 1914, a Ponte Pênsil de São Vicente é a primeira ponte suspensa do Brasil. Inicialmente foi projetada para transposição de condutores e tubulação de esgoto, permitindo somente a passagem de pedestres e, posteriormente, adaptada para o tráfego de veículos.

Monumento histórico e arquitetônico de São Paulo, foi tombada em 1982 pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). A estrutura possui 180 metros de vãos livres, quatro torres metálicas revestidas de concreto com 24 metros de altura, que sustentam 16 cabos e 58 pendurais.

Ponte no Rio Paranapanema – Outra ponte pênsil, a Alves de Lima também foi restaurada. A estrutura, sobre o Rio Paranapanema, fica em Chavantes, na altura do km 346 da Rodovia Fausi Mansur (SP-276), no sudeste do estado, divisa com Ribeirão Claro, no Paraná.

Com investimento de R$ 5,9 milhões, a Ponte Pênsil recebeu restauração em 164 metros de comprimento, 4 metros de largura e vão de 80 metros. Foram executados reparos com substituição de componentes de madeira no guarda-corpo e no tabuleiro. A obra utilizou 95 metros cúbicos de madeira e 21 toneladas de aço.

Construída em 1920, a Ponte Pênsil em Chavantes também é tombada Condephaat.

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