A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma nova diretriz clínica para o tratamento de pacientes de covid-19 nesta terça-feira (26), inclusive para aqueles que exibem sintomas persistentes após a recuperação, e também disse que aconselha o uso de anticoagulantes de doses baixas para evitar coágulos.
Sobre a existência de coágulos em pacientes na infecção do SARS-COV2, equipe de médicos brasileiros publicou artigos com base em suas experiências atendendo pacientes em todo o Brasil.
“As outras coisas na diretriz que são novas são que os pacientes de covid-19 em casa deveriam usar oxímetro de pulso, que é a medição dos níveis de oxigênio, para que se possa identificar se algo em casa está se deteriorando e se seria melhor ter cuidados hospitalares”, disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris, em uma entrevista na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra.
A OMS aconselhou os clínicos gerais a colocarem os pacientes de bruços, o que se demonstrou melhorar o fluxo de oxigênio, disse ela.
“Também recomendamos, sugerimos, o uso de anticoagulantes de doses baixas para evitar que coágulos se formem nos vasos sanguíneos. Sugerimos o uso de doses baixas, ao invés de doses mais altas, porque doses mais altas podem levar a outros problemas”, disse Harris.
No Brasil o médico angiologista, Dr. Alexandre Wolkoff, formado pela UNIFESP- EPM, Doutor em Medicina pela USP, atendendo pacientes COVID desde o início da pandemia em diversas regiões do Brasil, disse que sua equipe já indica anticoagulantes há mais de seis meses: “O uso de anticoagulantes para pacientes internados e que se recuperam da COVID 19 tem se mostrado útil na prevenção e tratamento da coagulopatia e hiperinflamação, melhorando as taxas de sobrevivência bem como complicações da doença”, disse Dr Wolkoff.
Dr. Wolkoff já redigiu dois estudos sobre os efeitos dos microcoágulos em pacientes de Covid, um deles demonstra que múltiplos estudos descreveram aumento de taxas de macro e microtromboses associadas a COVID (veja no final da matéria), “Para cada estágio da doença temos indicado diversas estratégias do uso de anticoagulantes, individualizadas para cada paciente de acordo com o risco.” disse o médico.
A porta-voz da OMS, Margaret Harris também acrescentou que uma equipe de especialistas independentes liderada pela OMS que atualmente está na cidade chinesa central de Wuhan, onde os primeiros casos humanos foram detectados em dezembro de 2019, deve sair da quarentena nos próximos dois dias para investigar as origens do vírus com pesquisadores chineses.
Ela não quis comentar reportagens sobre atrasos na distribuição de vacinas na União Europeia (UE), disse que não tem dados específicos e que a prioridade da OMS é que os profissionais de saúde de todos os países sejam vacinados nos primeiros 100 dias do ano.
A AstraZeneca que desenvolveu sua vacina com a Universidade de Oxford, disse à UE na sexta-feira que não conseguirá cumprir as metas de suprimento combinadas até o final de março.
Em seus estudos publicados em revistas médicas internacionais na Alemanha e nos Estados Unidos , Dr. Wolkoff destaca que: “também podem ser associados ao pilar de abordagem precoce nos primeiros sintomas e consideradas as contraindicações. Anticoagulantes também reduzem mortes em pacientes COVID 19 hospitalizados com aumento de D DIMERO e outras comorbidades.”
Ainda segundo os estudos (veja a íntegra abaixo), antiplaquetários ( AAS) e antitrombóticos – Multiplos estudos descreveram aumento de taxas de macro e microtromboses associadas a COVID. O Tromboxano A2 está aumentado/ regulado na infecção do SARS-COV2 e a administração de aspirina 325 mg está indicada pelos efeitos antiinflamatórios e antiplaquetários.
DR. Alexandre Wolkoff é coautor dos seguintes artigos sobre COVID:
1- Risk of hospitalization for Covid-19 outpatients treated with various drug regimens in Brazil: Comparative analysis. https://doi.org/10.1016/j.tmaid.2020.101906
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1477893920304026 2-
Multifaceted highly targeted sequential multidrug treatment of early ambulatory high-risk SARS-CoV-2 infection (COVID-19) DOI: 10.31083/j.rcm.2020.04.264
Disponível em:
https://rcm.imrpress.com/EN/10.31083/j.rcm.2020.04.264
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