Ao registrar novo aumento da ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) para a covid-19, o governo paulista decidiu prorrogar a fase de transição até o dia 31 de maio, mas ampliando a capacidade de atendimento das atividades comerciais e de serviços de 30% para 40%, com manutenção de funcionamento entre as 6h e 21h.
A fase de transição teve início no dia 18 de abril e foi dividida em duas etapas. Na primeira, que durou até o dia 23 de abril, as atividades comerciais passaram a ser permitidas, além da realização de cultos e cerimônias religiosas. Já na semana seguinte, além das atividades comerciais, também foram liberadas as atividades do setor de serviços. Com isso, restaurantes e similares, salões de beleza e barbearias, parques, atividades culturais e academias puderam reabrir desde então, com exceção dos bares.
Além de prorrogar a fase de transição, o governo também manteve o toque de recolher entre as 21h e 5h.
Segundo o governador João Doria, a partir do dia 1o de junho, o estado entrará em uma nova fase, que vai ampliar o horário de funcionamento do comércio e dos serviços até as 22h e ampliar a capacidade para até 60%. Também será ampliada a capacidade de testagem, principalmente com testes rápidos.
Alta de internações
Há uma semana, no dia 12 de maio, a ocupação de leitos de UTI no estado estava em 78,2% e, na Grande São Paulo, em 76,4%. Hoje (19), essas taxas já somam 79% no estado e 76,9% na Grande São Paulo. Até o momento, 10.129 estão internadas em estado grave em todo o estado.
Apesar de o governo paulista falar em estabilidade dos números, mas com o início da fase de transição e liberação de funcionamento dos serviços e do comércio, o estado voltou a registrar um aumento dos casos. Nesta 19a Semana Epidemiológica, que começou no domingo (16) e termina no próximo sábado (22), o estado já registra média de 2.303 internações por dia, acima da semana anterior, quando a média de internações estava em 2.244 por dia.
O pico de internações foi registrado na 12a Semana Epidemiológica, entre os dias 21 e 27 de março, quando a média no estado foi de 3.381 internações por dia. Esse número começou a cair desde então e, no seu melhor momento, chegou a somar 2.238 internações por dia na última semana de abril [correspondente à 17a Semana Epidemiológica], mas ainda em um patamar muito elevado, acima do pico na primeira onda da pandemia, quando foi registrada uma média de 1.962 internações por dia, em julho.
Segundo o Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, esses números continuarão elevados por pelo menos mais quatro semanas. “Mas isso vai depender do ritmo de vacinação”, disse João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência.
“Até metade do mês que vem vamos conviver com números elevados, mas não serão os números que tivemos na fase mais aguda da pandemia. Depois de três ou quatro semanas, passaremos a ter uma redução pelo efeito da vacina”, disse João Gabbardo. “Mas quando falo nesse comportamento, falo em duas variáveis para analisar: o comportamento das pessoas e a velocidade de vacinação. Quanto maior for a velocidade de vacinação, menor será esse tempo que vamos passar para começar a ter essa redução. Quanto maior for o comportamento das pessoas para o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social, menor será esse tempo para o decréscimo desses números. O comportamento das pessoas é que vai determinar a velocidade de redução”, ressaltou.
Gobbardo lembra, no entanto, que as medidas também precisam ser seguidas por quem já se vacinou. “Vacinados não podem achar que podem voltar à vida normal. Precisa ter distanciamento e manter o uso de máscara”, destacou.
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