Dia Mundial do Braile chama atenção para inclusão na escrita e leitura

No estado de São Paulo Lei de autoria da deputada Leticia Aguiar prevê cardápios em Braille em restaurantes, lanchonetes e similares

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Deficiência visual é 4 vezes maior em países de rendas baixa e média

O Dia Mundial do Braile é comemorado hoje (4). A data foi instituída para chamar a atenção da sociedade sobre a importância de assegurar formas de inclusão de deficientes visuais também na escrita e no acesso a livros. 

Em São Paulo a Lei 17196/2019 de autoria da deputada estadual Leticia Aguiar, autoriza a instalação de placas com cardápios em braille em restaurantes e demais estabelecimentos que comercializam alimentos, de forma opcional, como uma forma de incentivo à inclusão.

Os dados oficiais mais recentes sobre a presença de deficientes visuais no Brasil são do Censo de 2010. Segundo o levantamento, cerca de 24% da população tinham algum tipo de deficiência naquele momento, o que correspondia a 46 milhões de brasileiros.  

A visual é a modalidade mais comum. Se consideradas pessoas com qualquer tipo de dificuldade, o número de cidadãos com algum grau de problema para enxergar chega a quase 20%. 

Se considerados aqueles que não conseguem ver de forma alguma ou que têm grande dificuldade, o índice cai para 3,4%, o equivalente a 6,5 milhões de pessoas. Desse total, 582,6 mil são incapazes de enxergar. 

De acordo com o Relatório Mundial sobre Visão 2019, da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,2 bilhões de pessoas têm algum tipo de deficiência visual, sendo 1 bilhão com uma condição que poderia ser prevenida ou tratada.

Ainda conforme a OMS, a incidência de deficiência visual é quatro vezes maior em países de rendas baixa e média do que nas nações mais ricas.   

O Sistema Braile é uma alternativa para que pessoas enquadradas nessas situações possam entrar em contato com a leitura. Assim, o método contribui para a inclusão em uma das principais formas de registro e aquisição de conhecimento, a escrita. 

O Sistema Braile foi criado pelo francês Louis Braille, em 1925. Cego após um acidente na oficina do pai, adaptou métodos utilizados por soldados franceses para comunicação noturna. A versão final foi apresentada por ele em 1837. 

O sistema é baseado em pontos com relevo em papéis, que são apreendidos por meio do contato com a ponta dos dedos. Por meio da combinação de seis pontos, é possível fazer até 63 caracteres diferentes. 

Segundo a União Mundial de Cegos, apenas 5% dos livros em todo o mundo são transcritos para o Braile. Em países mais pobres, esse percentual cai para 1%.

Sobre a lei

O projeto de lei 673/19 autoriza que estabelecimentos que comercializam alimentos instalem placas em braille com as informações dos cardápios, ou ainda em letras grandes para as pessoas de baixa visão.

As placas com as informações em braille, deverão ser colocadas em locais de fácil acesso com as seguintes informações: nome, composição dos pratos, preços, relação de bebidas e sobremesas, e os demais itens que fazem parte do cardápio impresso.

Esta medida simples, fará com que a pessoa com deficiência visual, que sempre depende da ajuda de um terceiro para fazer seu pedido, poderá, com as placas em braile, ter mais autonomia.

“O cardápio em papel, de uso comum, com informações em braille se desgasta facilmente, dificultando a leitura pelo tato. Uma única placa fixada em uma parede, um totem próximo ao caixa, no caso de um fast food ou mesmo nas mesas reservadas para pessoas com deficiência, substitui a necessidade de vários cardápios impressos em braille. Tudo isso, atendendo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência”, explicou a deputada Leticia Aguiar.

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