Governo de São Paulo cria Plano de Risco e Resposta Rápida para coronavírus

Ação reúne serviços de referência em vigilância em saúde para monitoramento e iniciativas diante de eventual caso suspeito

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Secretaria de Estado da Saúde criou um Plano de Risco e Resposta Rápida para atuar no monitoramento do coronavírus. Embora a circulação esteja restrita a locais específicos da China, a pasta mobilizou uma rede, que se dedicará a observar o cenário internacional, dialogar com o Ministério da Saúde e organismos internacionais, orientar profissionais do SUS em São Paulo e garantir rápida resposta em eventual necessidade.

O comitê estratégico responsável pelo plano é liderado pela Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e conta com a participação do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica),  escritório da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em São Paulo – que atua em aeroportos e no porto –, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde da capital) – considerando que a cidade é polo de transição internacional –, e o Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde), com apoio de todas as Secretarias Municipais de Saúde.

Integração

O Instituto Butantan foi integrado ao Plano de Risco por sua expertise em inovação, pesquisa e desenvolvimento de imunizantes. Na área diagnóstica, o Instituto Adolfo Lutz dará todo suporte laboratorial para investigação de caso.

O Grupo de Resgate (Grau) dará suporte no deslocamento e atendimento inicial e, além disso, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), unidades de alta complexidade, serão as referências na área assistencial. Outras instituições poderão ser integradas, se houver necessidade.

No momento, as autoridades internacionais analisam a dinâmica de transmissão do vírus, suas manifestações clínicas e fonte de infecção. Ainda assim, a pasta já está difundindo para toda a rede de saúde localizada em São Paulo as recomendações iniciais de prevenção, baseadas nos protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Já orientamos os profissionais de saúde que atuam no Estado para que estejam atentos e nos informem rapidamente sobre qualquer caso suspeito. Seguiremos articulados com o Ministério da Saúde, respeitando as diretrizes nacionais e internacionais para qualquer conduta”, ressalta o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.

Cuidados

Como não há caso confirmado de coronavírus nem em São Paulo, nem no Brasil, não há recomendação estrita para os que residem no território nacional. Ainda assim, de modo geral, é importante seguir os mesmos cuidados previstos na “etiqueta respiratória”, com relação à gripe (Influenza): cobrir a boca ao tossir ou espirrar, lavar as mãos frequentemente, não compartilhar objetos de uso pessoal, limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado.

“Nosso papel é orientar e tranquilizar todos. Não há motivo para pânico. O monitoramento em curso, com organismos internacionais de saúde, indica que a transmissão do coronavírus é limitada localmente, sem evidências de amplificação da circulação do vírus, até o momento. Nosso comitê estratégico acompanhará o tema ininterruptamente e nossa rede de saúde conta com serviços de referência na área de Infectologia”, explica a diretora da Vigilância Epidemiológica, Helena Sato.

Neste momento, a OMS não indica realização de triagem de temperatura de estrangeiros que chegarem ao País, pois os indivíduos podem estar assintomáticos, considerando que os sinais podem aparecer em até 14 dias. Assim, pessoas que viajaram ou contataram alguém que esteve em local com transmissão e apresentaram algum sintoma suspeito, como febre, tosse e dificuldade para respirar, deverão evitar o contato com outras pessoas, seguir a “etiqueta” descrita acima e procurar cuidados médicos imediatamente.

Antes de ir ao serviço de saúde, é recomendável telefonar com antecedência e relatar a viagem e os sintomas. Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente. Quem viajar a locais com transmissão ativa (consulta disponível pela internet) deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos) e a circulação em mercados de animais e seus produtos. Os cidadãos devem lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou, na ausência desses itens, usar antisséptico de mãos à base de álcool.

Assistência

Os profissionais estão orientados a identificar e notificar eventual caso suspeito com critérios clínicos e epidemiológicos preconizados pela OMS e Ministério da Saúde. Do ponto de vista clínico, devem ser observados casos com febres e sintomas respiratórios, como tosse e dificuldade para respirar, associados aos seguintes aspectos epidemiológicos: histórico de viagem na área com circulação do vírus, contato próximo com caso suspeito ou confirmado laboratorialmente para coronavírus.

É considerado “contato próximo” quando houver exposição por período prolongado, com dois metros de proximidade de um caso suspeito – por exemplo, residência no mesmo local ou contato com fluídos corporais sem uso de EPI (equipamento de proteção individual) adequado.

A dinâmica de transmissão do vírus ainda está em análise pelas autoridades internacionais, bem como manifestações clínicas e fonte de infecção. Ainda assim, a Vigilância Epidemiológica estadual recomenda que sejam tomadas medidas de biossegurança pelos profissionais, a saber: uso de máscara cirúrgica no paciente suspeito, que deverá ser identificado e isolado precocemente; higienização completa das mãos; e uso de EPIs.

Como toda doença infecciosa, o tratamento do coronavírus é realizado conforme o quadro clínico do paciente e deve ser iniciado imediatamente, independentemente da confirmação laboratorial.

Se necessário, amostras deverão ser coletadas o mais rápido possível e enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência nacional situado em SP. Até o momento, nem OMS nem CDC (Center for Disease Control and Prevention – Centro de Prevenção e Controle de Doenças, na tradução) estabelecem que se faça teste de coronavírus para pessoas que não se enquadrem no critério descrito acima.

Assim, casos suspeitos deverão ser testados inicialmente para confirmação ou descarte de outras doenças, especialmente Influenza, atualmente em circulação no Hemisfério Norte.

Notificação

Os casos suspeitos de infecção pelo coronavírus devem ser notificados pelo serviço de saúde que atender o paciente imediatamente, em até 24 horas. A comunicação deve ser feita à respectiva Secretaria Municipal de Saúde e ao CIEVS estadual (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) – por telefone (0800 555 466) ou e-mail (notifica@saude.sp.gov.br).

As informações devem ser inseridas na ficha de notificação definida pelo Ministério da Saúde. Os interessados em saber sobre o cenário nacional podem consultar o site do Ministério da Saúde. As novidades sobre o cenário internacional estão relatadas nos boletins da OMS.

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