A prefeitura de São Paulo anunciou hoje (16) que vai desativar parte da estrutura do Hospital de Campanha do Anhembi, na zona norte da cidade. Serão abertas, entretanto, novas alas permanentes em hospitais municipais, no Sorocabana, na zona oeste, e no da Brasilândia, na zona norte.
O Hospital do Anhembi começou a funcionar no início de abril e conta com 1,8 mil leitos para tratamento de pacientes de covid-19. Porém, apenas metade da capacidade chegou a ser utilizada durante os momentos mais duros da pandemia do novo coronavírus. No fim de junho, a prefeitura fechou o Hospital de Campanha do Pacaembu, que ficava no estádio na zona oeste da cidade.
Denúncias
No início de junho, devidamente paramentados, e acompanhados por uma equipe de saúde, o grupo de Parlamentares do PDO, visitou todas as alas, gravou imagens, com autorização, mantendo total respeito e cordialidade aos profissionais e, principalmente preservando a imagem e a condição de saúde dos 220 pacientes internados.
O grupo apurou que o HMCamp do Anhembi foi preparado para atender 1.800 mil pacientes, mas apenas 516 leitos estão aptos a receber doentes. Desde que iniciou as atividades já atendeu 2.100 pacientes, dos quais 1510 foram curados e 12 morreram.
Fechamento
A partir de 1º de agosto, será mantida apenas uma das alas do hospital provisório, com capacidade para 310 pacientes. O fechamento dos 561 leitos que estavam ativos deve gerar uma economia, segundo a prefeitura, de R$ 19 milhões por mês. O custo de manutenção da estrutura deve ficar em R$ 9 milhões mensais.
Estruturas permanentes
No Hospital da Brasilândia, zona norte paulistana, serão abertos 132 leitos de enfermaria a um custo mensal de R$ 4,5 milhões.
“Dois terços dos funcionários que hoje estão no Hospital de Campanha do Anhembi na ala que será desativada serão aproveitados no Hospital da Municipal da Brasilândia”, disse o prefeito Bruno Covas.
No Hospital Sorocabana, gastou-se R$ 1,6 milhão na reforma e aquisição de equipamentos. Como o prefeito destacou, a reativação da estrutura era uma antiga demanda da comunidade local. Até 15 de agosto, devem estar funcionando no prédio 60 leitos de enfermaria a um custo de R$ 3 milhões por mês.
CREMESP
Em recente fiscalização o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) que também esteve no Hospital de Campanha Anhembi (IABAS) verificou as condições de funcionamento e identificou uma série de irregularidades, que comprometem o trabalho dos profissionais da saúde que atuam no local e colocam em risco a vida dos pacientes encaminhados para a unidade em questão.
Diante do resultado desta fiscalização, o Cremesp abriu sindicância para apurar a responsabilidade dos médicos responsáveis e, dada a urgência das providências necessárias, comunicou a Secretaria Municipal de Saúde e enviou ofício ao Ministério Público e à Anvisa.
Ainda durante esta fiscalização foi constatado que funcionários que prestam serviço de
ambulância estavam usando a mesma máscara N95 há mais de um mês e não tinham EPI adequados para transportar pacientes. As empresas responsáveis pelas ambulâncias e os funcionários identificados em tais condições também estão sendo investigadas pelo Conselho, por meio de sindicância.
Pandemia na cidade
Covas disse, ainda, que a pandemia tem regredido em São Paulo, com queda no número de internações e mortes diárias. “Nós atingimos um pico na quantidade diária de óbitos no dia 22 de maio. Desde então a gente tem tido uma regressão na quantidade de óbitos diários”, enfatizou.
O estudo feito pela prefeitura a partir da aplicação de mais de 500 mil testes indica que aproximadamente 9,8% da população da cidade já teve contato com o vírus, cerca de 1,2 milhão de pessoas. Até o momento, a cidade tem 8,5 mil mortes confirmadas pela doença.
Desde o dia 21 de junho, a ocupação dos leitos em unidades de terapia intensiva na cidade está abaixo de 60%. Nos últimos dez dias, a média ficou em 54,7%.
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