São José dos Campos acaba de dar mais um passo importante no reconhecimento de sua vocação aeronáutica e espacial com o Dia da Capital do Avião.
A Câmara Municipal aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (28 de agosto), o projeto de lei de autoria do vereador Senna (PL) que institui no Calendário Oficial do Município o “Dia da Capital da Indústria Aeroespacial – Capital do Avião”, a ser celebrado anualmente em 8 de outubro.
A data escolhida não é por acaso. Ela coincide com a promulgação da Lei Estadual nº 17.418/2021, de autoria da deputada estadual Leticia Aguiar , que conferiu a São José dos Campos o título de Capital Estadual da Indústria Aeroespacial, inspirada por um pedido do fundador da Embraer Ozires Silva.
Embraer e cluster aeroespacial
Sede da Embraer, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, São José dos Campos abriga também um robusto cluster aeroespacial formado por mais de 100 empresas do setor, além de centros de excelência como o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial).
“É uma cidade que nasceu para a indústria aeronáutica e espacial com o legado de Ozires Silva e seu pioneirismo consolidou sua posição de liderança global com inovação, conhecimento e desenvolvimento tecnológico. Agora, assumimos de uma vez por todas esse papel também em âmbito municipal”, destacou o vereador Senna durante a votação.
Objetivos da lei
O novo “Dia da Capital da Indústria Aeroespacial e dia da Capital do Avião” tem como metas:
• celebrar a relevância histórica e econômica do setor;
• valorizar a identidade local e a memória da aviação;
• promover eventos educativos, culturais e turísticos;
• fomentar a economia local e o orgulho joseense.
Dia da Capital do Avião: Unanimidade e legado
A aprovação unânime da proposta reflete o reconhecimento dos vereadores à importância da indústria aeroespacial para o desenvolvimento da cidade e para o país.
“São José dos Campos precisa assumir esse título de forma oficial, para que futuras gerações compreendam o legado de Ozires Silva, da Embraer, do ITA, e de todos que ajudaram a construir essa trajetória”
Vereador Senna
Inspiração e homenagem: de Santos Dumont a Ozires Silva
Leticia Aguiar afirma que a maior inspiração para o projeto de lei foi, justamente, de um dos fundadores da Embraer: Ozires Silva, coronel, engenheiro aeronáutico e ex-ministro da Infraestrutura. “Quando o coronel Ozires me disse que se sentia frustrado pelo Governo não reconhecer oficialmente a vocação de São José dos Campos, apresentei o projeto de lei como uma forma de homenageá-lo. Pensei também em criar novas oportunidades para o polo aeroespacial joseense”, afirma Aguiar.
A proposição, segundo Leticia Aguiar, tinha propósitos além dos fins honorários. “Por todo o histórico da cidade”, afirma Letícia, “receber o título já seria um importante reconhecimento”. Havia, porém, um outro objetivo com a lei. “Queria chamar a atenção das autoridades brasileiras para a necessidade de incentivo e capacitação da indústria aeroespacial para a competição global”, destaca a deputada.
Pontos turísticos com homenagens a Santos Dumont
Além das visitas ao trabalho do pai, Giovanna viveu a cultura do avião por meio das “diversas idas, quando era criança, ao Parque Santos Dumont, fundado em 1971 e situado na região central de São José dos Campos.
O parque é repleto de homenagens a Santos Dumont e à aviação, contando, por exemplo, com réplicas da aeronave 14 Bis, um protótipo do avião Bandeirante e maquetes de foguetes da família Sonda. Há, ainda, uma réplica da residência do pai da aviação.
Os monumentos e pontos turísticos dedicados à aeronáutica não param por aí. Situa-se em São José dos Campos o Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), inaugurado em fevereiro de 2004.
Economia diversificada
O cluster aeroespacial, com mais de 100 empresas vinculadas, rende a São José dos Campos cerca de 95% da cadeia produtiva da indústria aeroespacial do país – a economia da cidade, contudo, é diversificada.
O município ostenta a 4ª posição no ranking de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) paulista. Boa parte se deve à instalação de indústrias, tal como a aeronáutica, de alto valor tecnológico – General Motors, Johnson & Johnson, Prolind e Bayer são alguns exemplos.
