O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou hoje (4) o fechamento do hospital de campanha do Anhembi, criado em 11 de abril para tratamento dos casos de baixa ou média complexidade do novo coronavírus.
Segundo o prefeito, há ainda 38 pessoas internadas nesse hospital, mas ele deixou de receber novos pacientes desde ontem (3). Em quase cinco meses de funcionamento, o local atendeu 6.350 pessoas. A previsão da prefeitura é de que ele deixe de funcionar definitivamente em 10 de setembro.
A prefeitura tinha dois hospitais de campanha. O primeiro deles a ser criado foi o do estádio do Pacaembu, fechado em 29 de junho. O hospital de campanha do Pacaembu tinha 200 leitos, sendo 16 deles para estabilização. Por ele passaram 1.493 pacientes. O do Anhembi tinha capacidade para até 1,8 mil leitos de baixa complexidade, mas 929 deles eram de contingência e não chegaram a ser utilizados.
Ação de deputados faz Tribunais de Contas apurar gastos com Hospital do Anhembi
Deputados do PDO acionam Tribunal de Contas do Estado, que também encaminha ao Tribunal do Município pedido, para apuração de gastos com Hospital de Campanha do Anhembi
A deputada estadual Leticia Aguiar – PSL, acompanhada dos integrantes do grupo Parlamentares em Defesa do Orçamento – PDO, entrou com uma representação no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para que sejam apuradas possíveis irregularidades no contrato e aditivos de transferência de recursos entre os poderes executivos estadual e municipal para a construção e manutenção do Hospital de Campanha do Anhembi.
A documentação apresentada pelos parlamentares, por determinação do presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo: Edgard Camargo Rodrigues, foi encaminhada para análise do conselheiro Dimas Ramalho, responsável por acompanhar as contas anuais do governador no exercício econômico-financeiro de 2020, e ao Tribunal de Contas do Município de São Paulo.
Segundo a deputada estadual Leticia Aguiar, durante a visita feita pelos parlamentares, no dia 04 de junho, muitas informações ficaram obscuras e merecem ser analisadas com mais critério, afinal, estamos falando de utilização do erário, arrecado a partir dos impostos pagos pela população paulista.

“Entendo que o termo aditivo do contrato para que o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde- IABAS, precisa ser revista. Se a Prefeitura do Município de São Paulo já havia celebrado contrato em 2016, qual o motivo da elaboração de um aditivo? Como foi utilizado o montante de R$ 48 milhões aportados pelo Governo estadual para a manutenção do Hospital de Campanha do Anhembi? Essas são apenas algumas das dúvidas que precisam ser respondidas”, afirma a parlamentar paulista.
Alagamentos
A estrutura do Hospital de Campanha do Anhembi, erguido pela prefeitura de São Paulo para atender pacientes com Covid-19, foi comprometida após a intensa chuva que atingiu a capital na madrugada de sábado (27). Vídeos mostram que água entrou no local por diversos buracos no teto. (veja vídeo aqui).
Em março a Prefeitura de São Paulo deu início a uma obra emergencial, orçada em R$ 1,2 milhão, para reparos no telhado do complexo. Segundo a administração municipal, a obra deve ser concluída somente em setembro.
Para a deputada Leticia Aguiar este é mais um motivo para que os tribunais de contas analisem os contratos que os governos estadual e municipal mantém com as instituições responsáveis pelo Hospital de campanha: “Sempre é preciso fiscalizar a execução dos serviços contratados pelo governo para verificar como está sendo utilizado o recurso público”, declarou.

Baixa ocupação
Leticia Aguiar destacou, ainda, que, durante a visita dos deputados estaduais até a unidade provisória de Saúde, foram encontrados muitos leitos sem uso, faltando insumos básicos e colchões para o pleno funcionamento do Hospital, o que pode ser um indício de que os valores não foram utilizados de forma correta.
“O intuito do PDO é acompanhar a execução orçamentária do Governo do Estado de São Paulo. Essa é uma prerrogativa que compete aos membros da Assembleia Legislativa. Continuaremos visitando as unidades de Saúde e acionando o Tribunal de Contas para uma análise criteriosa dos contratos seja realizada, garantindo algo que é vital para quem cuida daquilo que é público: a transparência. O fato de estarmos enfrentando uma pandemia, com quarentena e calamidade pública estaduais não dá o direito de utilização dos recursos governamentais de forma exacerbada”, conclui a deputada estadual Leticia Aguiar.
O grupo PDO é formado pelos deputados Sargento Neri, Márcio Nakashima, Coronel Telhada, Adriana Borgo, Leticia Aguiar, Coronel Nishikawa, Ed Thomas, Conte Lopes, Tenente Coimbra, e agora também Edna Macedo e Delegado Bruno Lima.
Denúncias em http://www.grupopdo.com.br
Buffets
Durante entrevista hoje (4) no Palácio dos Bandeirantes, Covas disse ainda que danceterias, buffets e casas de shows que quiserem abrir como bares ou restaurantes na cidade de São Paulo não precisarão solicitar novo alvará de funcionamento. O decreto foi publicado hoje (4) no Diário Oficial do município e atende a um pedido feito por esse setor.
Normalmente, para abrir como bar ou restaurante, esses estabelecimentos precisariam ter um novo alvará de funcionamento. O decreto, no entanto, vai facilitar esse processo.
Esses estabelecimentos estão fechados desde março por conta da pandemia do novo coronavírus, sem previsão de quando poderiam reabrir. Já bares e restaurantes estão funcionando na capital desde 6 de julho.
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