Pesquisa mostra que em abril 14,4% das indústrias paralisaram atividades

Queda nas indústrias de veículos automotores foi de 59,5%

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Indústrias automóveis

O percentual de indústrias de transformação que paralisaram suas atividades em abril chegou a 14,4%. O aumento é de 10,2 pontos percentuais em relação a março deste ano e de 11,5 pontos percentuais em relação à média dos meses de abril.

Os dados, divulgados hoje (14) no Rio de Janeiro, são da Fundação Getulio Vargas (FGV). As principais cidades iniciaram medidas de isolamento social em meados de março devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Entre os setores mais afetados por paralisações em abril, destacam-se veículos automotores (59,5%), couros e calçados (38,9%) e vestuário (34,1%).

A pesquisa também mostrou que a média de turnos de trabalho nas indústrias caiu para 2,19 turnos, quedas de 0,34 turno em relação a janeiro deste ano e de 0,44 turno em relação à média dos meses de abril.

O percentual de empresas que estão aumentando sua produção sem dificuldades caiu de 52,2% em janeiro para 21,4% em abril. Para aproximadamente 20% do setor industrial, a pandemia foi diretamente a principal restrição ao aumento da produção, pela redução de demanda interna e externa, dificuldade de fornecimento dos insumos importados e devido à necessidade de paralisação parcial ou total das atividades por questões de saúde.

A produção industrial recuou nos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na passagem de fevereiro para março deste ano. É a primeira vez que isso ocorre desde o início da série histórica, em 2012. As maiores quedas foram observadas no Ceará (-21,8%), no Rio Grande do Sul (-20,1%) e em Santa Catarina (-17,9%).

Também tiveram quedas na produção Pará (-12,8%), Amazonas (-11,0%), Região Nordeste, a única região a ser pesquisada (-9,3%), Pernambuco (-7,2%), Espírito Santo (-6,2%), São Paulo (-5,4%), Bahia (-5,0%), Paraná (-4,9%), Mato Grosso (-4,1%), Goiás (-2,8%), Rio de Janeiro (-1,3%) e Minas Gerais (-1,2%).

Na comparação com março do ano passado, houve queda em 11 dos 15 locais, com destaque para Santa Catarina (-15,6%), Espírito Santo (-14,2%), Rio Grande do Sul (-13,7%) e Ceará (-10,5%). Quatro estados tiveram alta na taxa: Rio de Janeiro (9,4%), Bahia (5,8%), Paraná (1,6%) e Pernambuco (1,4%).

No acumulado no ano, houve queda em dez dos 15 locais pesquisados, com destaque para Espírito Santo (-13,3%) e Minas Gerais (-8,4%). Cinco locais tiveram crescimento, sendo os maiores avanços registrados no Rio de Janeiro (9,8%) e na Bahia (7,1%).

No acumulado de 12 meses, sete locais tiveram queda, sendo a maior delas nas indústrias do Espírito Santo (-17,2%). O Rio Grande do Sul manteve estabilidade na produção e sete locais tiveram alta, com destaque para o Amazonas (5,2%).