Onda de boatos sobre o HC de Ribeirão Preto causa indignação

Frente a atual situação enfrentada pela instituição a deputada Leticia Aguiar faz requerimento ao Governo solicitando providências para o pleno funcionamento do Hospital

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HC Milésima Alta

Uma onda de boatos de um suposto fechamento de leitos no HC, da falta de funcionários e da redução do número de cirurgias no Hospital das Clínicas da FMRP-USP (HCFMRP), ganhou repercussão em órgãos de imprensa e geraram pânico na população da região de Ribeirão Preto.

Por meio de nota, o HC confirmou que houve uma redução no quadro de funcionários, mas negou que houvesse uma crise com fechamento de leitos, e acusou a disseminação de “informações de origem duvidosa” pela imprensa, como motivo para a desinformação e indignação da população. Em uma primeira nota publicada na imprensa regional o HC divulgou: “Atualmente, há uma redução de pessoal em função de demissões voluntárias e aposentadorias. Estamos em tratativas com o Governo do Estado para a reposição das vagas”.

Em uma nota completa sobre o caso, divulgada esta semana, a instituição destacou o desserviço causado pela reprodução de informações inverídicas, sobre o HC, pela imprensa, veja trecho abaixo:

“Notícias inverídicas, com base em informações de origem duvidosa, que vem sendo veiculadas na imprensa sobre o funcionamento do Hospital, vêm causando indignação e comprometendo a boa imagem da instituição”… Veja a íntegra da Nota Oficial do HC abaixo

A deputada estadual Leticia Aguiar (PSL), tomou conhecimento através de sua equipe em Ribeirão Preto e imediatamente redigiu um requerimento ao Governo do Estado solicitando providências para garantir o “Pleno Funcionamento do HC”.

Também por meio de nota enviada a imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde informou que está em “permanente diálogo” com o HC de Ribeirão Preto para garantir a assistência aos pacientes. “Cabe destacar que, desde 2019, o Governo do Estado autorizou 242 vagas para contratação de diversos profissionais, inclusive remanescentes de concursos públicos. Porém, em virtude de demissões e da necessidade de reforço das equipes, novas tratativas estão em curso”.

A deputada Leticia Aguiar reconhece que há a necessidade de mais investimento do Estado no HC, mas repudiou as ações dos sindicatos que tentam criar pânico, e da imprensa por noticiar tudo sem checar os dados: “Tomei conhecimento da situação do HC, há de fato a necessidade de contratar mais médicos e especialistas para garantir o melhor atendimento para a população. Já solicitei ao Governo do Estado que sejam tomadas providências. Mas não posso concordar com a divulgação de Fake News, é preciso ter responsabilidade com as informações corretas, porque causar pânico e comoção popular baseadas em mentiras não ajuda em nada” declarou a parlamentar.

Veja abaixo a Nota Oficial do HCFMRP:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Notícias inverídicas, com base em informações de origem duvidosa, que vem sendo veiculadas na imprensa sobre o funcionamento do Hospital, vêm causando indignação e comprometendo a boa imagem da instituição. Frente a isso, a Administração do Hospital das Clínicas da FMRP-USP (HCFMRP) sente-se no dever de vir a público esclarecer:

– O HCFMRP é uma instituição pública estadual, que mantém Convênio com o Sistema Único de Saúde – SUS para atendimento de procedimentos de média e alta complexidade a pacientes de Ribeirão Preto, Franca, Araraquara e Barretos e respectivas regiões (cerca de 3.500.000 habitantes), bem como de outras regiões do Estado de São Paulo.

– Ao longo de 64 anos de existência, o HCFMRP conquistou prestígio e respeito da comunidade, em especial da população aqui atendida, pelos relevantes serviços prestados,  pelo nível de qualificação e dedicação de seus profissionais e pela tecnologia de ponta aqui desenvolvida, constituindo-se orgulho para Ribeirão Preto e Região.

– O HCFMRP, na qualidade de hospital universitário é um grande centro formador de recursos humanos para a área da Saúde, sendo responsável por treinamento de cerca de 4.600 pessoas, anualmente, que são absorvidas pelo mercado de trabalho. A perda de profissionais faz parte do perfil de uma instituição formadora de recursos humanos.  Entretanto, algumas vezes, o processo de reposição de funcionários demora além do desejável.

– Em que pesem as dificuldades enfrentadas pelo país, Estado e pelo próprio HCFMRP muitas das notícias veiculadas não refletem a realidade.  O HCFMRP tomou o cuidado de realizar estudos técnicos, discutir com a Secretaria de Estado da Saúde e com os demais órgãos governamentais, no sentido de buscar soluções que viabilizassem as reposições. Não efetuou nenhuma divulgação oficial à imprensa por entender que as tratativas estão bem encaminhadas e não seria prudente criar um clima de tensão e desconforto junto à população, tal como está ocorrendo agora.

– No entanto, o assunto foi levado à imprensa de forma irresponsável, à revelia da Administração do Hospital. Ademais, as reportagens veiculadas, nos últimos dias,  informam números que não são verdadeiros, ou seja: neste momento, o HCFMRP não tem 100 leitos fechados e nem definiu que seriam fechados mais 130 leitos, como se afirmou de forma leviana.

Há cerca de um ano o hospital implantou o Programa denominado “Hospital Semana” em várias enfermarias, que prevê o funcionamento integral dos leitos de 2ª. às 6ª. Feiras e o bloqueio parcial de leitos no final de semana. Dessa forma, ocorre melhor aproveitamento de recursos humanos e materiais, sem prejuízo aos pacientes. Pontualmente, para atender legislação específica relativa a recursos humanos em áreas críticas, cerca de 20 leitos têm sido bloqueados temporariamente.

– O número de cirurgias realizadas no Hospital nunca atingiu o número de 40.000 anualmente. A média de cirurgias realizadas no Campus entre 2015 e 2019 foi de 12.279, enquanto em 2019 este número foi de 11.168, uma redução de 9%, número muito distante dos 25% erroneamente informados à imprensa. Na Unidade de Emergência foram realizadas uma média 4502 cirurgias, sem redução significativa. Estes números não consideram as cirurgias ambulatoriais, que não envolvem a participação de médicos anestesiologistas. Importante registrar que o Bloco Cirúrgico do HC Campus, em nenhum momento, teve nove salas fechadas. Esta redução da produção cirúrgica decorreu do fechamento de 4 salas.

– Também é falsa a informação de que o HCFMRP tinha 7.000 funcionários e que agora teria apenas 5.000. A rigor, o Hospital nunca teve 7.000 funcionários e o quadro atual de funcionários é de 6.174 colaboradores, dos quais 22,5% são contratados pela Fundação de Apoio (FAEPA).

Afirmamos que temos mantido contato direto com os órgãos técnicos governamentais, com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde, sendo que as tratativas continuam bem encaminhadas para discussão em níveis superiores do Governo do Estado e acreditamos que, em breve, a situação estará equacionada.

Finalmente, para que não ocorra mais nenhum equívoco com informações inverídicas e imprecisas, que não correspondem à realidade e prejudicam a imagem do HCFMRP perante a população, esclarecemos que informações oficiais somente deverão ser fornecidas pela Presidente do Conselho Deliberativo e/ou Superintendente.

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