Ministério da Justiça suspende exibição de filme de comédia com cenas de pedofilia

Deputada Leticia Aguiar enviou pedido ao MJ solicitando a retirada do filme da Netflix

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Longa “Como se tornar o pior aluno da escola” é alvo de despacho do DOU

O Ministério da Justiça determinou a suspensão do filme “Como se tornar o pior aluno da escola” em plataformas de streaming.

Segundo despacho da Secretaria Nacional do Consumidor publicado hoje (15) no Diário Oficial da União, caso “a disponibilização, exibição e oferta” do filme não sejam interrompidas em até cinco dias, deve ser aplicada multa diária de R$ 50 mil.

A deputada estadual Leticia Aguiar, comemorou a decisão em suas redes sociais, a parlamentar enviou ofício ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Secretaria Nacional da Família, Secretaria Nacional da Juventude, Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e para a Secretaria Especial de Cultura, solicitando às autoridades competentes a retirada do filme da internet e das plataformas de streamming.

Segundo a decisão, assinada pela diretora do Departamento de Proteção e de Defesa do Consumidor, Lilian Brandão, a medida foi tomada “tendo em vista a necessária proteção à criança e ao adolescente consumerista”.

Inspirado em um livro do comediante e apresentador Danilo Gentili, que também atua no filme, o longa, de 2017, é acusado de fazer apologia à pedofilia. A história gira em torno de dois adolescentes, interpretados pelos atores Bruno Munhoz e Daniel Pimentel, que encontram um diário com “dicas” de como se tornar “o pior aluno da escola”.

Um trecho do filme que circulou ontem (14) nas redes sociais gerou polêmica, especialmente quando o inspetor, vivido por Fábio Porchat, sugere um ato sexual por parte dos garotos.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, que já havia se manifestado sobre a polêmica dizendo que tinha pedido a “vários setores” da pasta que adotassem as medidas cabíveis, compartilhou a decisão em suas redes sociais nesta terça-feira.

A postagem recebeu o apoio de outros membros do governo federal, como o secretário de Cultura, Mário Frias, e a ministra Damares Alves, que comanda a Secretaria da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Infância protegida

A deputada Leticia Aguiar, comprometida com a defesa da integridade das crianças no combate a erotização infantil, é autora do Projeto de Lei denominado INFÂNCIA PROTEGIDA, que visa proibir a utilização de verba pública no âmbito do Estado de São Paulo em eventos e serviços que promovam a sexualização de crianças e adolescentes. A parlamentar criou um site para download (Baixe Aqui) com modelo do Projeto de Lei.

Ainda sobre o filme em exibição na plataforma de streaming, a deputada Leticia Aguiar fez nova postagem em suas redes pedindo a retirada do filme e a responsabilização dos envolvidos, além da crítica a liberdade artística como forma de normalização de crimes como a pedofilia:

“Todo tipo de erotização, sexualização de crianças disfarçadas de “arte” tem meu repúdio, meu trabalho sempre será em defesa e proteção da infância”, concluiu a deputada.

Outro lado

Ontem, Gentili se defendeu das acusações. Por meio de sua assessoria frisou que o filme é uma obra de ficção.

“Geralmente, o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas… O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá, gente?”, ironizou.

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