Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil
O projeto Saúde Mulher do Serviço Social do Comércio (SESC) mantém uma rede de unidades móveis para a realização gratuita, em todo o país, de mamografias em mulheres entre 50 e 69 anos de idade, sem necessidade de pedido médico. O atendimento é levado a lugares onde não existem equipamentos, beneficiando mulheres que, muitas vezes, nunca fizeram exames desse tipo.
“É uma rede de promoção da saúde da mulher que faz mamografia para rastreamento de câncer de mama e exame citopatológico (também conhecido como ‘Papanicolau’) para rastreamento de câncer de colo de útero. Além disso, o projeto desenvolve ações educativas com foco em promoção da saúde sexual e reprodutiva”, disse à Agência Brasil a coordenadora do projeto, Roberta Vilhena Pires.
A ação ocorre ao longo de todo o ano e não somente durante o Outubro Rosa, circulando por 22 estados do Norte ao Sul brasileiro, no total de 25 unidades do SESC Saúde Mulher. Essas 25 unidades móveis têm capacidade para realizar anualmente 176 mil mamografias, 176 mil exames para rastreamento de câncer de colo de útero, ou “Papanicolau”, e 275 mil atendimentos com orientações educativas sobre temas de saúde sexual e saúde reprodutiva.
A primeira unidade piloto foi realizada em 2012, no Rio Grande do Norte, seguida da segunda experiência, em 2013, em Goiás. “De 2014 até agora, a gente só foi crescendo”, contou Roberta. A estimativa é que mais de 170 mil mulheres tenham sido atendidas pelo projeto.
Resultados
As mamografias são remetidas online ao Hospital de Câncer de Barretos (SP), que é referência nacional em pesquisa, diagnóstico e tratamento da doença, onde especialistas produzem os laudos, que são enviados para a unidade móvel. “Todo o trabalho é feito em pactuação com o município, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS)”, destacou a coordenadora.
Os resultados costumam ficar prontos em torno de 15 dias a partir da realização dos exames e são entregues por meio da Secretaria Municipal de Saúde, já com o encaminhamento para o sistema de saúde local, onde a mulher será acolhida e, se necessário, iniciará o tratamento. “Ela não vai ficar perdida com um resultado ruim na mão, não”, garantiu a coordenadora. O câncer de mama é o mais comum entre mulheres no Brasil, de acordo com informação do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Segundo a instituição, a detecção precoce é o maior aliado para a cura da doença.
Para saber a localidade onde as unidades móveis do SESC Saúde Mulher estarão no território nacional, as interessadas devem entrar no site do SESC (www.sesc.com.br), que dá o caminho para os sites locais, onde podem ser encontrados os locais de atendimento. Durante o Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção e combate ao câncer de mama, toda a rede estará funcionando, com atendimento gratuito, reforçou a coordenadora.
“A gente tem a missão de estar, principalmente, nos municípios que não têm mamógrafo”. Roberta afirmou que há mulheres com dificuldade de sair de suas localidades, seja porque têm filhos pequenos ou não têm parentes com quem deixá-los, entre outros motivos, e por essa razão não têm acesso a esses equipamentos. Por isso, o projeto tem a premissa de levar os mamógrafos à porta dessas mulheres, para que possam fazer o rastreamento”, disse Roberta. A média de permanência da unidade móvel do SESC Saúde Mulher em cada localidade é três meses.
Público alvo
A coordenadora do SESC Saúde Mulher deixou claro que o público alvo do programa segue as diretrizes nacionais de rastreamento, alinhadas com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “são mulheres saudáveis, que não têm sinais ou sintomas (de câncer)”.
Roberta enfatizou que apesar de haver muita divulgação de mamografia para mulheres acima dos 40 anos, só vale a pena fazer o exame na faixa etária entre 50 e 69 anos. A coordenadora assegurou que não existe nenhuma evidência científica de que haja benefício para fazer mamografia aos 40 anos. “Se essa mulher tiver fator de risco, ela pode ser orientada a fazer até antes (a mamografia). Mas ela tem que passar por uma avaliação. Tem casos e casos. Agora, toda mulher de 50 a 69 anos deve fazer”.