Porque 23 de outubro é dia da Força Aérea Brasileira e dia do aviador?

A data relembra o dia em que Santos Dumont (Pai da Aviação) alçou voo com o 14-Bis

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Força Aérea Brasileira

Foi exatamente aos 23 dias do mês de outubro em 1906, que foi realizado o primeiro voo bem-sucedido do inventor Alberto Santos Dumont, a bordo de seu avião (mais pesado que o ar) o lendário 14-Bis, em Paris, por este motivo a data foi escolhida tanto para a Força Aérea Brasileira, quanto para comemorar o dia do aviador.

Dia da Força aérea

Dumont conseguiu um voo de 70 metros de altura, provando a capacidade de dirigibilidade de um aeroplano. Somada à façanha de Santos Dumont, e é por este motivo que a criação da FAB (Força Aérea Brasileira), no contexto da Segunda Guerra Mundial, também endossa a comemoração do dia 23 de outubro.

A data celebra os profissionais que pilotam aviões, sejam eles comerciais, de transporte ou privados. As pessoas que, assim como Santos Dumont, o “pai da aviação”, se arriscam nos céus e levam os passageiros aos seus destinos em uma das invenções mais maravilhosas do século XX.

Dia da Força Aérea

A FAB foi criada em 20 de janeiro de 1941, ao mesmo tempo que era criado o Ministério da Aeronáutica, na época do então “Estado Novo”, comandado pelo presidente Getúlio Vargas.

O objetivo do governo Vargas era unificar as já existentes aviações militar e naval e torná-las mais sofisticadas e organizadas. Joaquim Pedro Salgado Filho foi o primeiro homem a chefiar esse Ministério. Com a criação do Ministério da Aeronáutica e da FAB, o Brasil investiu pesado na criação de infraestrutura, como bases aéreas.

O uso dos primeiros aviões da FAB teve caráter de patrulha das costas marítimas. Em 1941, o Brasil ainda estava neutro em relação à Guerra, mas mesmo assim as recém-criadas bases aéreas foram utilizadas pelos americanos.

Em 1942, submarinos nazistas torpedearam navios mercantes brasileiros, o que forçou o Brasil a entrar na guerra ao lado dos americanos e demais aliados. Os primeiros aviões da FAB iniciaram em combate contra os submarinos alemães. Depois, esquadras inteiras foram enviadas para a guerra na Europa.

Antes de serem enviados para o combate, os oficiais da aeronáutica brasileira receberam treinamento dos norte-americanos, na base de Água Dolce, no Panamá. Cerca de 350 homens participaram do treinamento. Em setembro de 1944, foi formado o I Grupo de Caça, que passou a fazer parte da Força Aérea do Mediterrâneo, que lutou no sul da Europa.

É curioso notar que o símbolo da Força Aérea Brasileira, à época da Segunda Guerra, era o desenho de uma avestruz empunhando um revólver e uma espécie de escudo com o cruzeiro do sul estampado.

Abaixo do desenho, há a expressão: “Senta a pua!”, que remete à imagem de um ferrão, de uma espora aguda. Esse símbolo foi elaborado pelo capitão aviador Fortunato Câmara de Oliveira, que também era cartunista, e ficava estampado nas aeronaves da FAB.

A Lei nº 218, de 4 de Julho de 1936, decreta o dia 23 de Outubro como Dia do Aviador no Brasil, em homenagem ao primeiro voo feito na história e graças a um brasileiro!

O Decreto de Lei nº 11.262, publicado no Diário Oficial da União, decretou que 2006 seria o Ano Nacional Santos Dumont, o Pai da Aviação (em homenagem ao centenário do primeiro voo de Dumont).

Do sonho à realidade de voar

Cento e quinze anos depois, o ato de Santos Dumont ainda inspira homens e mulheres que ingressam na Força Aérea Brasileira com a missão de realizar o sonho de voar. Para se tornar piloto da FAB, é preciso ingressar na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), onde ocorrem os primeiros passos, que são os voos iniciais da carreira. Já formados, os pilotos da FAB podem atuar nas Aviações de Caça, de Transporte, de Asas Rotativas e de IVR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento).

O Cadete do último ano da AFA, Álvaro Luiz Campos Justen da Costa, comenta sobre a busca do sonho, já que desde pequeno tem o desejo de ser aviador. “A carreira de aviador proporciona diversas oportunidades, na defesa e na vigilância de nossas fronteiras, como também atuando na busca e salvamento, no transporte de órgãos, remédios e alimentos. Em resumo, vibro bastante com a missão da FAB, principalmente no que tange à atividade fim dos aviadores”, declarou.

Movido pela mesma dedicação, há quase três décadas na Força Aérea e três mil horas de voo, o Coronel Aviador Gustavo Pestana Garcez sente que está cumprindo a sua missão de vida. “O meu interesse na carreira militar iniciou cedo. Por ser natural da cidade do Rio de Janeiro, berço da FAB e da Aviação de Caça no Brasil, o sonho de ser aviador foi alimentado pela constante passagem de aeronaves nos céus da cidade”, lembra.

Hoje, como Comandante da Ala 2, em Anápolis (GO), o Oficial permanece ligado à atividade operacional, porém com uma nova missão: participar do processo de implantação dos dois novos vetores da FAB, o KC-390 Millennium e o F-39 Gripen. “São desafios diários para que estejamos preparados para receber e operar essas aeronaves”, conta.

A carreira de quase 35 anos permite acumular memórias. Segundo o Coronel Pestana, a Operação Regresso à Pátria Amada Brasil é um exemplo de grande ensinamento. “Tivemos pouco tempo para preparar a infraestrutura necessária e bem receber aqueles que, naquele momento, precisavam do nosso País”, comenta. O Oficial também relembra a participação de quatro KC-390 no combate à pandemia da COVID-19, o socorro ao Amapá num momento de crise energética e o atendimento às missões humanitárias no Líbano e no Haiti. Para ele, cada missão teve seu desafio e trouxe aprendizado. “Essas e outras situações que vivi me emocionam e mostram o que a Força Aérea Brasileira tem de mais valioso: a sua gente”, finaliza.

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