A deputada estadual Leticia Aguiar apresentou na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) o Projeto de Lei que institui a “Sala Azul – Espaço do Autista”, um ambiente sensorial e multidisciplinar destinado ao acolhimento, atendimento e descompressão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e demais neurodivergências.
A iniciativa autoriza o Poder Executivo a implantar as Salas Azuis em equipamentos públicos de todo o estado, como escolas, unidades de saúde, centros de atendimento e repartições administrativas, promovendo acessibilidade, acolhimento e inclusão.
De acordo com o texto do projeto, os espaços deverão contar com adaptação sensorial, iluminação e acústica adequadas, mobiliário seguro e acessível, além de profissionais capacitados no atendimento ao público autista. O objetivo é oferecer um local de apoio emocional e atendimento multidisciplinar, com a participação de profissionais das áreas da saúde, educação, psicologia e assistência social.
Segundo a deputada Leticia Aguiar, a criação da Sala Azul é um passo importante na construção de políticas públicas voltadas à neurodiversidade:
“A Sala Azul é um símbolo de empatia e respeito. É um espaço onde a pessoa autista e sua família encontram acolhimento e suporte. Inclusão não pode ter fronteiras — queremos garantir atendimento próximo, digno e de qualidade em todas as regiões do Estado”, afirmou a parlamentar.
O projeto também destaca o papel das mães atípicas, reconhecendo sua luta diária em busca de diagnóstico, tratamento e aceitação social para seus filhos. Para Leticia Aguiar, a proposta é uma forma de fortalecer essas famílias e dar visibilidade à importância do apoio emocional e institucional:
“Essas mães são verdadeiras guerreiras. A Sala Azul será também um espaço de escuta e apoio, um ambiente de conforto e acolhimento para quem vive o desafio diário do cuidado”, acrescentou.
A deputada ressaltou ainda que a “Sala Azul” se soma ao trabalho iniciado com o Centro TEA Paulista, iniciativa que cria polos regionais de referência para atendimento e formação técnica. Enquanto o Centro TEA atua de forma regionalizada, a Sala Azul busca descentralizar o atendimento e levar o suporte direto aos municípios menores.
Com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que uma em cada 54 crianças esteja dentro do espectro autista, o que reforça a necessidade de políticas públicas de inclusão e apoio contínuo às famílias.
A proposta segue em tramitação na Alesp e, se aprovada, representará um marco para a inclusão e valorização da neurodiversidade em São Paulo.


                                    
