Um repórter da revista Época fingiu ser cliente da psicóloga Heloísa Bolsonaro para produzir uma matéria que revela o método de trabalho da profissional, divulgando, ao mesmo tempo, opiniões pessoais da esposa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Após cinco sessões realizadas no espaço de um mês, a revista publicou uma matéria, que passou a circular nesta sexta-feira, 13 de setembro, na versão digital da revista. A versão impressa começa a ser distribuída neste fim de semana em todo o país.
O repórter trainee João Paulo Saconi só revelou sua identidade ao fim das cinco sessões. Ele ligou para a psicóloga durante esta semana comunicando que havia gravado as sessões e que iria publicar a matéria, em uma clara invasão de privacidade profissional e pessoal.
A deputada Leticia Aguiar divulgou em suas redes sociais uma mensagem de apoio à psicóloga e criticou a postura do jornalista, que agiu de maneira antiética e totalmente desrespeitosa.
“O grupo Isto É/Globo passou de todos os limites possíveis e imagináveis. Usaram da boa fé da Heloisa Bolsonaro para fazer uma matéria ridícula, buscando desmoralizá-la e afetar não só sua vida pessoal, como também profissional”, disse Leticia.
A forma como o jornalista obteve as informações é considerada antiética nos manuais de redação tanto do Brasil, quanto do exterior. O que se vê na mídia brasileira, claramente, é um repetido desprezo pela ética, um vale tudo quando se trata de expor a vida de qualquer membro ou amigo próximo da família Bolsonaro. Até quando isso irá continuar?